Uma espécie de árvore considerada rara foi localizada pela primeira vez no distrito de Fátima, em Jaguaré, no Norte do Espírito Santo, nesta terça-feira (23). A princípio, local é o único com a presença da árvore no Brasil. Trata-se de cinco exemplares da “sapucarana”, segundo o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Ameaçadas de extinção e catalogadas apenas na região Norte do estado, conforme análise de três pesquisadores membros do Jardim Botânico, as cinco árvores da espécie estão dentro de uma propriedade particular de um produtor rural do município.
“Até no momento foram identificadas cinco espécies dela e quando a gente fala que só existe aqui na região e em mais nenhum lugar do Brasil, isso mostra a importância de estarmos preservando. A descoberta de uma espécie nova para a comunidade científica é muito importante e é assim que a gente vai vendo que nós já perdemos com o desmatamento de nossas florestas”, afirmou a bióloga “Juliana Agnesi”.
Segundo a bióloga, a região Norte do Espírito Santo possui características climáticas únicas e esses são elementos fundamentais para o desenvolvimento saudável da espécie.
“O Norte do Espírito Santo é o maior fragmento de Mata Atlântica do país e essa Mata Atlântica aqui tem uma riqueza de diversidade tanto de flora, quanto de fauna. Essa característica é devido a esses fatores bióticos, que é esse conjunto de solo, de clima e de temperatura”, explicou.
Viveiro vai ajudar espécie
O dono da propriedade onde as árvores foram encontradas é o produtor rural “Cassiano Martins”, que tem coletado sementes da espécie para plantar em outros trechos do terreno. Ele também tem enviado sementes para um viveiro que será criado pela Prefeitura de Jaguaré.
“A gente recebeu com muita alegria essa notícia e estamos aqui ajudando a secretaria, catando as sementes para desenvolvê-la e as futuras gerações conhecerem a espécie, que está em extinção”, disse Cassiano Martins.
O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Jaguaré, Luciano Laquini de Ataíde, declarou que a prefeitura da cidade vai inaugurar um viveiro de mudas para receber sementes da espécie.
“Isso vai servir para incentivar que os estudos voltados para a biodiversidade do município ganhem força. Nada melhor do que batizar o viveiro com o nome de uma espécie da nossa região e da nossa terra. Aqui, já desenvolvemos um programa de recomposição da cobertura florestal e ações de combate à seca da Mata Atlântica. Por isso temos parceiros como o Ifes, que trabalha com isso. Vem daí a necessidade de criarmos estruturas para entendermos melhor como funciona a nossa biodiversidade”, concluiu o secretário.
Por Luiz Zardini, G1 ES e TV Gazeta