Ministério Público Identifica 915 Pessoas que Compraram Diplomas Falsos no ES
Após deflagrar operações para desarticular um esquema criminoso de obtenção de diplomas de curso superior, visando especialmente à nomeação em cargos públicos, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Rio Bananal, avança no cerco contra pessoas que usam documentos falsos, inclusive para dar aulas. Uma primeira lista, com nomes de 915 pessoas que receberam diploma de graduação de forma irregular, foi encaminhada à Prefeitura de Rio Bananal. A lista foi obtida pelo MPES após colaboração premiada envolvendo investigados nas duas fases da Operação Mestre Oculto.
Outras prefeituras capixabas e a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) também vão receber a lista com nomes de pessoas que usaram desse esquema fraudulento para conseguir diplomas de graduação, pós-graduação e cursos livres a professores, sem a necessidade de comparecimento às aulas presencias. O MPES está levantando os dados para saber quantos professores estão ou estiveram em sala de aula de forma indevida, usando documentos obtidos de forma fraudulenta.
Em relação ao município de Rio Bananal, por onde a investigação começou, o MPES quer saber quais professores apresentaram documentos falsos para dar aulas. Caso os nomes sejam confirmados pela administração municipal, as pessoas envolvidas responderão na Justiça por uso de documentos falsos e estarão sujeitas a punições administrativas. A lista com os nomes não será divulgada.
As investigações envolvendo as duas fases da Mestre Oculto avançaram e se desdobraram nas operações Estória e a Viúva Negra, também deflagradas pelo MPES. Donos de instituições de ensino localizadas no Norte do Estado foram presos, além de pessoas ligadas ao esquema criminoso de venda e compra de diplomas e certificados. O MPES já denunciou à Justiça 11 pessoas investigadas nas duas fases da Operação Mestre Oculto.
Até agora, as diferentes fases das investigações em curso, apontam que mais de 1.100 diplomas só de graduação na área do Magistério foram obtidos de forma fraudulenta na Região Norte do Estado, com simulação de aulas e atividades aos alunos. As fraudes em relação a cursos de pós-graduação são ainda maiores, mas os dados ainda estão em análise pelo MPES.
Fonte:Ministério Público