Projeto de R$ 3,1 bi em porto vai abrir 2,5 mil vagas em São Mateus
O número de vagas é para a fase de obras, de acordo com anúncio durante assinatura do memorando, no Palácio Anchieta Foi assinado, na tarde desta quinta- feira (17), o memorando para instalação do Centro Portuário de São Mateus (CPSM). De propriedade da empresa Petrocity, o investimento previsto é de R$ 3,1 bilhões com previsão de conclusão das obras em 2021. O terminal portuário tem projeto para instalação no litoral de São Mateus, na região de Urussuquara, e deve gerar 2,5 mil empregos durante as obras. Outras duas mil vagas, diretas e indiretas, devem ser abertas na fase de implantação.
Essa não é a primeira vez que as obras do terminal portuário são anunciadas. Em 2013, na primeira gestão do governador Renato Casagrande (PSB).
o projeto de Petrocity chegou a ser apresentado e até um príncipe saudita veio ao Estado, quando anunciou o investimento de R$ 2 bilhões no terminal portuário.
Na época, o príncipe árabe comprou 23% das ações do empreendimento, mas dois anos depois ele saiu do projeto, vendendo as ações para a Petrocity. Seis anos se passaram e o projeto volta novamente a ser discutido após passar por adequações, dentre elas, uma ferrovia ligando o norte do Estado a Sete Lagoas, em Minas Gerais.
Apesar da Petrocity anunciar o início das obras para o segundo semestre deste ano, o projeto ainda não conta com licença prévia, mas Casagrande se comprometeu a acompanhar o andamento desse processo. “Cabe a nós agora avaliar o pedido de licença prévia e concedermos, se estiver tudo certo, a licença. Posteriormente a empresa vai pedir a licença de instalação e caberá ao Estado avaliar essa licença. Quando eles começarem o empreendimento efetivamente, o Estado poderá também iniciar a parte de infraestrutura de acesso ao porto”, disse o governador.
O CEO da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva, salientou que mesmo sendo um empreendimento grandioso, o Centro Portuário de São Mateus deve cumprir o cronograma divulgado e de ter a conclusão das obras em dois anos. “A metodologia de construção utiliza caixões perfurados, o novo desenho reduz em 90% a dragagem, estamos usando uma metodologia de estaqueamento que fica pronto em um curto espaço de tempo e nossa retroárea não é complicada”, frisou.
NOVO COMPLEXO
O projeto do CPSM mostra que a área terá seis berços, que totalizam 2.360 metros de estrutura de atracação, protegidos por quebra-mares e ligados por uma ponte de acesso de 1.800 metros de comprimento. A estrutura vai atender navios de carga geral, rochas ornamentais, celulose e papel, veículos e supply offshore.
Cerca de 85% das obras serão financiadas pelo fundo soberano Abu Dhabi Fund for Development (ADFD) e os 15% restantes com investimentos da própria empresa, que já tem como investidores uma empresas de comunicação e de rochas ornamentais. Até o final do ano, 40% das ações serão oferecidas ao mercado.
FERROVIA
O novo projeto do Centro Portuário de São Mateus (CPSM) também prevê a implantação de uma ferrovia ligando São Mateus a Sete Lagoas, Minas Gerais. A nova malha viária deve custar cerca de R$ 6,5 bilhões e vai atender o norte do Espírito Santo, Sul da Bahia e região central de Minas Gerais.
De acordo com o CEO da Petrocity, a ferrovia surgiu após um estudo detalhado sobre as cargas do novo porto, onde foi detectada a necessidade de mais um ramal ferroviário na região. “Estávamos fazendo um estudo detalhado do terminal portuário e identificamos a necessidade de se instalar uma alternativa de um modal ferroviário mais ao norte do Estado”.
José Roberto destacou que com a implantação da ferrovia, o custo de transporte na região será reduzido em 80%. A empresa já solicitou ao governo federal, responsável pela outorga, a licença para instalação da ferrovia.
PROJETO
Local: Urussuquara, distrito de Barra Nova, em São Mateus.
Empresas que já oficializaram participação no empreendimento:
Odebrecht – Elaboração do projeto e construção da obra
Nexa Tecnologia – responsável pelo projeto tecnológico do porto
Cisco – tecnologia da informação e redes
SRA Equipamentos – Será responsável pela iluminação
KAEME – Infraestrutura
Badin – Irá construir duas termelétricas
Augusto Coelho Engenharia – construção de edifício